Esta breve peça teatral (que será posta em música por inúmeros compositores, entre os quais J.Haydn) pode ser considerada como uma reformulação galante do modelo “fiabesco” e, de alguma maneira, do mito de Orfeu ed Eurídice. Os motivos principais do conto estão aqui todos eles reunidos: a viajem, a morte simbólica, a ressurreição, o triunfo final do bem acima do mal. A dicotomia homem | natureza perpassa, ainda, pela leitura de uma obra que se assume como exemplar na demonstração das contradições e mal-entendidos em que os seus protagonistas se deixam enredar.

Após o sucesso de Antígono (2011) o Divino Sospiro regressa ao mesmo período histórico e à ópera encenada. Tal como em Antígono “a maravilhosa máquina do barroco” reconfigurou-se naquilo que foi apelidado na altura como “barroco digital”. Nesta nova produção aliam-se na cena as tecnologias contemporâneas e o estrito respeito pela tradição barroca e pela música historicamente informada.

Música David Pérez (1711 – 1778)
Libreto Pietro Metastasio (1698 – 1782)

Orquestra DIVINO SOSPIRO
Direção Musical Massimo Mazzeo
Francesca Aspromonte
Eduarda Melo
Joana Seara
Bruno Almeida

Conceção e direção Carlos Pimenta
Figurinos José António Tenente
Vídeo João Pedro Fonseca
Desenho de Luz Rui Monteiro
Espaço cénico Carlos Pimenta e João Pedro Fonseca